RESENHA >> David Morrell - Identidade Assumida
ATENÇÃO!
Esse post se trata de uma resenha e pode conter SPOILERS. Se você está interessado ou mantém este livro na sua TBR, evite ler o restante. Estará por sua conta e risco se decidir prosseguir.
Identidade Assumida, por David Morrell.
Editora Rocco, 1999.
556 páginas.
Nota: 3,5 de 5☆
Sinopse
❝ O protagonista é Brendan Buchanan, também conhecido por outros nomes - Potter, Crawford, Black, Davis. Um especialista em assumir identidades falsas. Seus dons de disfarce, no entanto, agora parecem ameaçá-lo.
O pesadelo inicia-se em Cancún, no México, onde ele acaba de ser desmascarado e descobre que pela primeira vez, em muitos anos, terá que usar sua verdadeira identidade. Enquanto ele empreende uma fuga, tentando evitar os homens do todo-poderoso milionário Alistar Drumond, Buchanan recebe um pedido de socorro em forma de cartão - postal. A assinatura é de Juana Mendez, antiga companheira de missões. Buchanan percebe que terá que defrontar com um labirinto de pistas para montar o completo mosaico de uma tenebrosa conspiração.
Para ajudá-lo em sua busca ele conta com Holly McCoy, uma bela repórter, determinada a enfrentar toda a espécie de desafio, inclusive entender a armadura psicológica com que Buchanan se protege. ❞
Opinião do Livros da Fear
Identidade Assumida foi escrito com esmero por David Morrell, autor de First Blood. livro que deu origem ao filme Rambo - Programado para matar. Ao me deparar com o livro pela primeira vez, logo a capa, com letras grandes, vermelha e o rosto de um homem misterioso, me cativaram. Li a pequena sinopse encontrada na parte de trás e pronto, tive um clássico ataque de "julgar o livro pela capa". Passou-se alguns meses até que decidi lê-lo e infelizmente não foi uma das minhas melhores leituras.
Logo de cara, nos primeiros capítulos, somos levados a uma série de assassinatos misteriosos e com somente uma ligação entre si: artefatos da cultura maia. Isso já me deixou super empolgada, achando que ia encontrar um romance policial alá Dan Brown, mas estava enganada.
Depois de passar essa fase introdutória, já nos vemos em outro lugar, em outro contexto, para conhecer o protagonista, Buchanan, interpretando um de seus disfarces na caça ao tráfico de drogas, no México. Claro que dá tudo errado e ele é descoberto, como a sinopse já nos mostra. Sofre horrores fugindo da onde estava, incluindo uma concussão que o deixa com uma dor de cabeça ATÉ O FINAL DO LIVRO.
Ele só é descoberto, por conta do personagem pelo qual eu mais passei raiva lendo, que foi "Big" Bob Bailey. Ele encontra Buchanan pela primeira vez na frente dos bandidões e põe todo o disfarce do homem a mercê. E como se não bastasse a insistência, em outra cena, enquanto Buchanan briga com os rapazes, é Bailey que vê e atrapalha a ação do agente.
❝ Crawford! - uma voz de homem ecoou na escuridão perto do bar do hotel. A voz era profunda, rouca de fumo, grossa de álcool.
O que é isso? - o primeiro gêmeo imediatamente perguntou.
"Essa não", pensou Buchanan. "Jesus, tenha piedade de mim. Logo agora, quando estava desfazendo o estrago que esse merda causou a primeira vez". ❞
O problema com Bailey perdura e chega ao ponto do rapaz chantagear Buchanan por 100 mil dólares e foi aí que descobri o ódio que sentia do personagem, criando por Morrell como uma pedra no sapato do protagonista que a essa altura do campeonato já estava com a danada da dor de cabeça, um braço cheio de pontos e muitos outros problemas pra resolver.
❝ Crawford, não se iluda pensando que poderá se livrar de mim tão facilmente - era Bailey. - Sou teimoso. Você pode enganar a polícia mexicana, e pode enganar a embaixada americana, mas fique certo de que não consegue me enrolar. Sei que seu nome verdadeiro não é Grant. Sei que seu nome legítimo não é Potter. E de repente começo a duvidar que seu nome verdadeiro seja Crawford. Afinal, quem é você meu chapa? Deve valer pelo menos uns míseros cem mil dólares o favor que lhe farei deixando de averiguar. ❞
Além de "Big" Bob Bailey, outra pedra no sapato de Buchanan é a moça estonteante de cabelos ruivos pelo qual consegui me apaixonar próximo do fim do livro. Holly McCoy, repórter do Washington Post, quer muito uma matéria sobre a instituição pela qual Buchanan trabalha e passa a perseguir o homem por todos os lugares que vai. E a moça não larga o osso MESMO, tanto que Buchanan acaba gostando dela e precisando da ajuda dela, quando um antigo contato de missão, Juana Mendez, decide contatar o agente para ajudá-la. Acabei torcendo pelo romance dos dois, confesso. Holly se tornou peça chave na trama.
Mas...
Por falar em Juana, é o personagem mais fora de contexto do livro. Um daqueles "tapa buracos" que o autor deve ter usado pra preencher uma lacuna de papel feminino. Encontramos Juana a primeira vez, fugindo do grande milionário e real vilão do livro, se disfarçando de mendiga... e só. Tirando flashbacks da moça com Buchanan, não se tem mais relatos dela.
Essa lacuna é o que mais me deixou perplexa, já que boa parte do livro, além de dores de cabeça, sangue e personagens, é destinada a busca por Juana, mas no final, Juana não é encontrada! Isso mesmo! Acompanhamos Buchanan e Holly por pelo menos cinco locais diferentes e distantes, por um período de tempo recorde, para o final do livro ser inconclusivo.
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