Fear Resenha >> Michael Crichton - Jurassic Park
Atenção!
O conteúdo a seguir contém spoilers! Se você planeja ler este livro, ou adicioná-lo a alguma TBR futuramente, não leia este post. Estará por sua conta e risco se decidir continuar na página.
❝ Após descobrir uma impressionante técnica de recuperação e clonagem de DNA pré-histórico, o bilionário John Hammond consegue algo que parecia impossível: criar uma espécie de parque de diversões com criaturas extintas há eras.
Para atestar a viabilidade e a segurança de seu empreendimento, convida alguns cientistas renomados para um final de semana no lugar: mas algo sai do controle. O que parecia ser uma aventura fascinante torna-se uma luta pela sobrevivência. ❞
Jurassic Park abriu as portas mais uma vez de seu autor, Michael Crichton, para os cinemas. Sim, não é a primeira vez que vemos algo dele sendo adaptado para as telonas ou para a TV, o homem sabe mesmo escrever bons livros.
Li essa aventura jurássica pela primeira vez em meados de 2015 e me fascinei com a escrita fluida e os personagens cativantes que já conhecia devido a adaptação clássica - com a qual cresci na infância - levada aos cinemas em 1993.
Quando fui presentada com esse box incrível contendo a duologia, soube que havia chegado a hora de reler esse livro. Eu já não me recordava muito dos acontecidos nele mesmo e achei que pela edição incrível da Editora Aleph, com essa capa que eu acho realmente única (adoro o estilo de desenho, acho que soube captar muito bem o conteúdo da narrativa) e os cards no maior estilo Surpresa da Nestlé, mereciam uma segunda visita ao parque.
Eu já andava na vibe de querer fazer anotações nos livros, para me introduzir cada vez mais na história e absorver o que seja que eu poderia aprender com a leitura, e defini Jurassic Park como minha primeira experiência. Acho que futuramente vou fazer um post por aqui sobre meu método de anotação, então logo, logo vocês vão ter mais detalhes sobre como funciona pra mim. Fiquem ligados! ;)
Quando se vai ler algo que foi adaptado para outras vias de entretenimento, precisa-se ter em mente de que vai haver diferenças. Eu não lembrava muita coisa da história, como já mencionei antes, mas tenho o filme claramente na minha mente, cada cena e cada fala (vício, oi) e tentei não me frustrar com as mudanças que claramente encontraria.
Bem, Jurassic Park é dividido em partes, chamadas iterações. Todas essas divisões fazem parte da Teoria do Caos, difundida pelo nosso protagonista (sim, os dinossauros não são protagonistas nesse livro) Ian Malcolm, o matemático. Ele foi um dos poucos personagens sensatos na história e o único a dizer com toda a certeza de que o parque era um problema e que não daria certo.
Malcolm era o rockstar da narrativa. Apesar de provavelmente um nerd, ele era o despojado do grupo visitante, usando roupas pretas, couro, óculos escuros e flertando horrores no início, com a doutora Satler, a paleobotânica.
O que me cativa no personagem, é a sinceridade. Quando é para se explicar, opinar, Malcolm não tem papas na língua. Adoro esse trecho onde ele discute banalidades a partir do fato de vestir somente o tom sóbrio.
❝ - Mas você não acha chato usar só duas cores?- De maneira alguma. Acho libertador. Acredito que a minha vida tenha valor e não quero desperdiçar tempo pensando em roupas - disse Malcolm.- Não quero pensar sobre o que eu vou vestir de manhã. De verdade, não consegue pensar em algo mais tedioso que a moda? Esportes profissionais, talvez. Homens crescidos golpeando bolinhas, enquanto o resto do mundo paga para aplaudir. Mas, no geral, acho moda ainda mais tediosa que esportes.- O dr. Malcolm - explicou Hammond - é um homem de opiniões fortes.- E maluco como o chapeleiro - disse Malcolm alegremente. - Mas você deve admitir, esses são assuntos nada banais. Vivemos em um mundo de obviedades terríveis. É óbvio que você vai se comportar assim, óbvio que vai se importar com aquilo. Ninguém para e pensa nas obviedades. Não é espantoso? Na sociedade da informação, ninguém pensa. Nós esperávamos banir o papel, mas na verdade acabamos banindo o pensamento. ❞
Mas vamos nos deter na época em que se passa a narrativa e o que estava acontecendo no mundo naquele momento, antes de continuarmos a descrever personagens e cenas.
Aqui, nos situamos entre situações ocorrentes entre 1986 até meados de 1995, mais ou menos. A biotecnologia começava o seu auge e o dinheiro dentro de grandes empresas recém criadas se chamava engenharia genética. A grande do ramo era uma estadunidense cheia de investidores japoneses, chamada International Genetic Technologies, mas nós a conhecemos bem mais no livro pelo seu apelido de InGen.
A dona da InGen é um senhorzinho estilo Papai Noel simpático, chamado John Hammond. Aqui, assim como no filme, ele não poupa despesas quando o assunto é seu bem mais precioso: uma ilha na Costa Rica, onde aparentemente ele está construindo um resort luxuoso. Todo o processo de construção do local dura em torno de cinco anos. Esse que é rodeado de especulações, acidentes estranhos de trabalho e muita grana envolvida.
As cenas dos incidentes tanto na ilha quanto no continente, são muito bem escritas e nos convidam a devorar cada vez mais o livro e aguardar quase pacientemente pelo momento da revelação de que esse grande hotel é na verdade o parque zoológico mais pré-histórico que o mundo já viu.
Lembrando que esse é um thriller um tanto adulto e que há cenas bem sangrentas e explícitas.
NÃO ESQUEÇA DE VERIFICAR OS GATILHOS PRIMEIRO!
Quando tudo que acontece na ilha cai nos ouvidos do governo, começa uma grande investigação para saber a quantas anda o empreendimento e se é seguro e dentro das leis americanas. Para amenizar a situação e não perder investidores importantes, Hammond, com a ajuda de seu corpo de advogados, monta uma visitação de fim de semana com possíveis consultores.
Além de Ian Malcolm, temos a dupla de paleontólogos Alan Grant e Ellie Satler. Alan é especialista em raptores e atualmente escavava ninhos em Montana. Satler é paleobotânica e fazia parte do grupo de Grant nas escavações. No livro, supostamente ela é mais nova que Alan e inclusive foi aluna dele de faculdade, algo do tipo.
Não, eles não tem envolvimento amoroso, antes que você me questione.
Fora de nosso corpo científico da visita, temos Donald Gennaro, advogado representante dos investidores que, em minha humilde opinião, é a maior surpresa do livro inteiro. Se você não se recorda, Gennaro na adaptação, é o primeiro a morrer, engolido pelo T-Rex no vaso sanitário.
É, pois é. Mas em nossa poderosa narrativa, ele é corajoso, empenhado em ajudar nas partes mais conturbadas da história e ainda por cima, sobrevive! Simplesmente fenomenal!Favoritei o personagem ♡
Além dos adultos, também temos as duas crianças que, totalmente sem noção alguma, Hammond incluiu na visitação. São seus netos Tim e Lex.
Uma mudança entre livro e adaptação, é que aqui Tim é o mais velho e viciado em computadores e Lex é bem mais nova e doida por esportes (além de bem manhosa, chega a ser chatinha, confesso). Tim é bookaholic como todos nós e tem uma bagagem de conhecimento paleontológico adquirido dos livros que leu que vem a calhar ao grupo quando necessário.
No filme, muito do que acompanhamos são estes personagens tentando sobreviver entre os dinossauros soltos no parque, mas em teoria, o local ainda está em construção e mesmo com muitas pessoas saindo para o continente de barco naquele fim de semana, deveria haver outras mais se descolocando na ilha no meio da confusão.
E isso o livro nos traz. Aqui, além dos trabalhadores que conhecemos, como Arnold e Nedry, que lidam com o sistema da ilha, temos como personagem quase figurante, um relações públicas que virou faz tudo: Ed Regis.
Ed fica responsável pelas crianças na história, que seria o papel de Gennaro na adaptação e vocês sabem onde isso quer chegar, não é? Sim, ele é o primeiro a morrer (mas dessa vez nenhuma privada foi danificada). Ele abandona as crianças, foge, se esconde e depois é atrocidado por um filhote de T-Rex. Simples assim.
Mas no quesito mortes memoráveis, eu preciso citar nosso gordinho carismático, nerd, que simplesmente foi o causador do pânico todo, Dennis Nedry. Ele tem um encontro grotesco, nauseante com um dilofossauro.
Pra você que não lembra ou não sabe, os dilofossauros são dinossauros carnívoros de porte pequeno/médio que aparentemente cospem uma substância gosmenta que paralisa a vítima. Pra mim foi tão chocante, que de tudo o que li, essa foi a única cena que lembrava da primeira vez. Chega a dar pena do rapaz.
Outro personagem que possui mais interação com o grupo no livro é Harding, o veterinário. Ele ajuda muito o grupo a se livrar dos raptores com o pouco conhecimento que tinha dos animais pré-históricos. Muldoon, o caçador, também tem papel fundamental. Só senti falta da cena icônica do "clever girl". Uma das melhores do filme. Ele e Gennaro fazem uma dupla quase imbatível na hora de salvar o pessoal e por os dinossauros fugitivos pra literalmente, dormir.
As partes finais do livro dão a entender que Crichton ficou com pressa. É meio que escrito aos tropeços, mas nada que não agrade ao leitor. Temos um final fechado, mas aberto, devido ao nosso protagonista Ian Malcolm, que, machucado em boa parte da narrativa devido a cena do T-Rex, surpreendentemente morre.
Claro que isso deve ter sido um equívoco do pessoal, devido ao fato de que ele próprio volta ao universo jurássico na sequência: O Mundo Perdido, mas confesso que fiquei confusa e atônita quando li esse final. Acho que reli umas duas vezes pra ter certeza se eu não tinha interpretado errado aquela cena.
Finalizei a leitura com um gosto de dever cumprido, favoritando esse que também é meu filme favorito da vida. Minhas anotações renderam informações pertinentes ao universo do livro, onde particularmente inclui informações biológicas, devido a minha informação e cenas relativas do filme que achei que numa futura re releitura, vão ser bem vindas.
E fica o convite pra você se aventurar também! E aproveita que esse box da Aleph sempre aparece em promoção na Amazon quando disponível. É um box perfeito pra ter na estante!
Vou linkar aqui, as páginas do livro tanto no Skoob quanto no Goodreads pra caso você queira dar uma olhada em resenhas, notas e tudo mais, mas acho que depois desse textão, não deve haver duvidas não é?
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